Há uma ponte que não vejo,
mas sei que ela me carrega.
Entre dois mundos, silenciosa,
sem formas, sem limites definidos,
ela me chama a atravessar,
a caminhar para o desconhecido,
onde o visível se mistura com o invisível.
A cada passo, o chão desaparece,
mas não há medo, apenas a certeza
de que o futuro é uma terra sem mapa,
onde tudo o que sei é que estou indo.
Na ponte, sou mais que carne e alma,
sou o que transita, o que atravessa,
o que não se apega, mas se transforma.
O caminho não é reto,
é feito de curvas, encruzilhadas,
onde o que vejo hoje já não existe amanhã.
E, ao olhar para o outro lado,
não vejo um fim, mas um recomeço,
um ponto de partida que se confunde com a chegada,
onde o ser se dissolve,
e tudo o que resta é a jornada.
A ponte não tem nome,
não tem história.
Ela é o que surge,
o que se faz quando passo sobre ela.
E ao fim, não sei onde estou,
nem quem sou,
pois a ponte, com sua calma,
me fez compreender que a viagem nunca tem fim.
.'. FERNANDO COZZI .'.
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