Construindo bons relacionamentos

            

SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

Construindo bons relacionamentos

Tente lembrar de quantas vezes você já disse para alguém que ele ou ela estava equivocado por causa de uma situação relatada. Muitas vezes falamos ou já até ouvimos o seguinte:  - Você está totalmente enganado(a). Eu não falei isso. Você entendeu errado.

A bem da verdade é que estamos sempre procurando relacionamentos. Somos seres relacionais, feitos para a conexão, logo, tal busca não é coisa de outro mundo.

Também desejamos reconhecimento, afeto e atenção e, evitamos aborrecimentos e rejeição. Na busca por relacionamentos ficamos obcecados por harmonia e, muitas vezes agimos de maneira desonesta. “A verdadeira proximidade nasce unicamente de autenticidade, sinceridade e empatia”, revela a terapeuta Stefanie Stahl.

É por isso que as estratégias de reflexão são sempre bem vindas quando se fala em relacionamentos. Preciso questionar minhas ideias, ações e intenções e também as dos outros. Assim, podemos ser capazes, pelo menos na maioria das vezes, de diferenciar fatos, de interpretações.

No consultório, principalmente no atendimentos a casais, percebo que tantas diferenças ou problemas relacionados ao casal poderiam muito bem ser sanados ou aliviados se ambos conseguissem diferenciar o que é realmente fato. Quase cem por cento das vezes são interpretações totalmente equivocadas.

E por que isso acontece com tanta frequência? Porque nossas feridas, principalmente as da infância, não foram discutidas, ressignificadas; e, dependendo da abordagem do outro, de alguma ação ou mesmo situação, estas dores se voltam para nós e são transfiguradas de variadas formas. Muitas delas como discussões, distanciamentos e desenlaces.

Então, se nossos relacionamentos não estão lá essas coisas precisamos questionar: o que aconteceu comigo para que eu esteja me deixando afetar desta maneira? Qual tipo de ajuda preciso buscar para construir relacionamentos mais saudáveis, mesmo entendendo que diferenças sempre teremos? Como lidar com minhas feridas sem ferir o outro? Como entender que nem tudo que o outro fala ou faz tem a ver comigo, mas com as feridas que ele ou ela carrega? Será que meus relacionamentos têm relação com  a realidade ou, em situações idealizadas por mim, com base nas dificuldades que tive na vida?

Acredito que respondendo estas perguntas teremos uma boa visão de como estamos em nossos relacionamentos.

Um fortíssimo abraço para você!

 

Referência:

STHAL, Stefanie. Acolhendo sua criança interior. Trad. Maurício Mendes, Vanessa Rabel. Rio de Janeiro: Sextante, 2022.

  

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