Estilo contemporâneo dita o nosso tempo na arquitetura e decoração

 Estilo contemporâneo dita o nosso tempo na arquitetura e decoração

Cuidado para não optar por um projeto com um partido arquitetônico e elementos fora do contexto, comenta a arquiteta Dorys Daher

Quando se constrói um imóvel - ou mesmo ao planejar uma reforma - é preciso levar em conta itens como solidez, segurança funcionalidade e estética, todos alinhados à linguagem do nosso tempo. No caso de uma reforma, dependendo do valor arquitetônico, a intervenção deve resultar em um visual que não desqualifique a construção, mas que ao mesmo tempo atenda às necessidades atuais do proprietário.

É aí que entra a experiência do profissional de Arquitetura para deixar tudo bem claro. "Procuro mostrar o estilo contemporâneo, que tem a ver com o nosso tempo, a nossa realidade, inclusive com relação à mão de obra disponível na região, e aos materiais a serem usados para desenvolver o projeto. Esse é o melhor estilo, porque a arquitetura reflete o momento, a sociedade em que vivemos", orienta a arquiteta Dorys Daher, do escritório DG Arquitetura (www.dgarquitetura.com.br), em Ipanema, no Rio de Janeiro. 

"Quando se busca um estilo já pré-determinado, corremos o risco de tornar tudo meio 'fake', forçado, estranho à realidade, a não ser que o objetivo seja este mesmo... Muitas vezes, por pensar numa arquitetura palaciana, de querer trazer uma linguagem ostensiva, sem propósito, o projeto pode ficar fora do contexto, do local onde se pensou em ser inserido", considera a experiente profissional.

Dorys pontua uma situação onde o cliente pretende inserir - em um País quente como o nosso - materiais não apropriados. "Algo como colocar muito vidro, que é muito bonito, integra o exterior com o interior, deixa entrar mais luz natural, mas ao mesmo tempo proporciona uma grande entrada de calor, o que nos obriga o uso exagerado do ar condicionado. Tudo deve ser bem dosado, por isso um projeto deve ser exaustivamente pensado". Materiais muito quentes, tecidos como veludo, lãs, carpetes e outros, que não são compatíveis com o clima quente, também devem ser evitados. 

Segundo a arquiteta esse exagero acontece quando  se quer reportar alguma época, algum padrão social, que não corresponde ao dia a dia do cliente. "Então, o melhor mesmo é viver a temporalidade, usar materiais e mão de obra da nossa época, deixando tudo refletir no projeto de arquitetura, seja externo ou interno". 

"Em relação aos móveis, sempre podemos misturar estilos, alguma inserção de peça de estimação de algum familiar, mas não mandar fazer uma cópia de uma peça do passado, uma coisa que seja tão emblemática e de estilo, para não ficar sem propósito no todo. A menos que a pessoa herde mobiliário autêntico, que conte uma história, e com valor afetivo, aí sim, particularmente não vejo nada demais misturar", complementa Dorys Daher.

Fotos: Divulgação
Estilo contemporâneo reflete o nosso tempo e realidade