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26 junho, 2024

Hérnia inguinal afasta trabalhadores e demanda intervenção cirúrgica

 Com mais de 29 mil afastamentos em 2023, a hérnia inguinal é a oitava maior causa de incapacidade temporária no país. 

A hérnia inguinal, uma condição comum que ocorre quando uma parte do intestino ou tecido adiposo protrai através de uma fraqueza na parede abdominal, é uma causa significativa de dor e desconforto entre os brasileiros. No Sistema Único de Saúde (SUS), foram registradas 644.283 internações por hérnia inguinal entre 2018 e 2022, com a faixa etária de 60 a 69 anos representando aproximadamente 19,42% dos casos. Homens são predominantemente afetados, compondo quatro em cada cinco internações, com 41,07% dos pacientes declarando-se pardos, segundo dados do DATASUS.

Em 2023, a hérnia inguinal afastou temporariamente 29.749 trabalhadores brasileiros de seus postos, sendo a oitava maior causa de benefício por incapacidade temporária, de acordo com o Ministério da Previdência Social. Dados do DataSUS revelam que foram realizadas 166.131 cirurgias para correção de hérnias inguinais em todo o Brasil, de janeiro a novembro de 2023, com a região Sudeste liderando com 65 mil cirurgias. Entre esses casos, 23 mil foram atendidos em caráter de urgência, representando 13% do total.

A hérnia inguinal é uma condição em que uma parte da cavidade abdominal, geralmente o intestino delgado ou tecido adiposo, empurra o canal inguinal, causando um abaulamento visível na região da virilha. Essa condição pode ocorrer em homens e mulheres, embora a anatomia específica do canal inguinal varie entre os sexos. Nos homens, o canal inguinal contém o cordão espermático, enquanto nas mulheres ele abriga os ligamentos redondos que sustentam o útero.

Os sintomas mais comuns de uma hérnia inguinal incluem dor e um abaulamento na região da virilha, que tende a piorar com o esforço físico, ao caminhar muito ou permanecer em pé por longos períodos. Segundo o cirurgião Bruno Ferola, do Hospital Mater Dei Santa Clara, "esses sintomas são exacerbados pelo esforço físico, como quando o paciente caminha muito ou fica muito tempo em pé".

Os fatores de risco para desenvolver uma hérnia inguinal são destacados pelo Dr. Bruno. Segundo o médico, "os principais fatores de risco são a predisposição genética e o esforço físico ao longo da vida."

Se não tratada, uma hérnia inguinal pode levar a complicações graves. As duas principais são o encarceramento e o estrangulamento. O encarceramento ocorre quando uma porção do intestino ou tecido adiposo fica presa no canal inguinal, sem possibilidade de ser empurrada de volta para a cavidade abdominal. Isso pode levar ao estrangulamento, onde o fluxo sanguíneo para o tecido preso é cortado, resultando na morte do tecido, uma situação que requer intervenção médica imediata.

O diagnóstico de uma hérnia inguinal é feito através de um exame físico e da análise do histórico médico e familiar do paciente. Em casos confirmados, o tratamento recomendado é sempre a cirurgia. “Toda hérnia inguinal é recomendada para cirurgia, salvo se o paciente não tiver condições de ser operado", explica o cirurgião.

Existem três métodos principais de reparo cirúrgico: via aberta, videolaparoscopia e técnica robótica. A escolha do método depende de vários fatores, incluindo a preferência do cirurgião e a condição específica do paciente. Em todas as técnicas, é fundamental o uso de uma tela para reforçar a musculatura e garantir o sucesso da cirurgia. "Hoje, a tela de reforço da musculatura é essencial para termos sucesso na cirurgia da hérnia," afirma o médico.

Após a cirurgia, o tempo de recuperação varia de acordo com a técnica utilizada, mas geralmente inclui uma semana de repouso antes de um retorno progressivo às atividades diárias e cerca de 30 dias para a retomada de atividades físicas mais intensas.

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