.jpg)
A nossa maior revista lírica todo ano chama personalidades do meio para fazer uma retrospectiva. Sempre é a mesma conversa fiada. Ao invés de aproveitarem o espaço que lhes é cedido para tentar melhorar o mundo lírico ficam somente enaltecendo seus feitos pretéritos, falando bem um do outro e rasgando elogios as temporadas.
Parece que todos tem medo de algo, ninguém fala o que pensa, o texto fica artificial. Textos que não acrescentam nada. Segundo os que escrevem na retrospectiva as programações são maravilhosas, todos tocam bem, ninguém desafina. Parece que vivemos no mundo da fantasia.
Destaco aqui alguns textos: Sidney Molina rasga elogios ao regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo Thierry Fischer e toda a programação dos teatros líricos paulistanos. Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura se supera, cita toda a programação dos teatros que sua Organização Social administra e só.
Outro que é especialista em elogios é Emmanuele Baldini, como todos exalta seus feitos e manda recados grandiosos aos amigos. Seu texto tem palavras rebuscadas, vejamos essa frase " é a necessidade de uma proposta artística que, sempre tendo a excelência como conditio-sine-qua-non, busque a integração de ideias novas com as mais tradicionais no formato do concerto". O nobre colega usa termos em latim, não achei o significado no meu Caldas Aulete, e olha que ele tem cinco volumes.
Tenho que ser justo, Baldini tem a melhor frase de todos os que escreveram na retrospectiva, acerta em cheio ao dizer : " Ter a presença constante de grandes nomes do cenário internacional é um estímulo extraordinário e sempre necessário, mas paralelamente precisamos cuidar dos nossos melhores jovens, acompanhá-los, abrir portas para ajudá-los a construir um futuro musical exuberante no nosso Brasil, assim como exuberante é nossa natureza. Esse é o grande desafio, creio, para 2024 e para os anos que virão".
Ali Hassan Ayache
Postagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário