Embaixada da Argentina é alvo de protestos de sindicatos contra políticas de Milei, em solidariedade à greve geral no país vizinho
Na tarde desta quarta-feira (24), em um cenário marcado por tensões trabalhistas, a Embaixada da Argentina em Brasília (DF) tornou-se o palco de manifestações sindicais. Este movimento ocorreu simultaneamente à primeira greve geral enfrentada pelo presidente argentino Javier Milei, que assumiu o cargo no último mês de dezembro. As centrais sindicais brasileiras, lideradas pela Nova Central Sindical (NCST) e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), marcaram sua presença em solidariedade aos trabalhadores argentinos.
O ato na Argentina, iniciado ao meio-dia, horário de Brasília, e com duração prevista de 12 horas, foi convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, com apoio da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e outros setores. Sob o lema "O país não está à venda", a greve expressa o descontentamento popular com as recentes reformas econômicas e trabalhistas implementadas por Milei, conhecidas como "decretaço", além da contestada Lei Omnibus, que prevê a privatização de empresas estatais.
As repercussões das medidas neoliberais de Milei têm sido significativas. Além da paralisação nacional, a Argentina enfrenta outras consequências: os bancos fecharam, e o transporte público, incluindo ônibus, trens e metrô, operou com horários reduzidos. A adesão dos caminhoneiros e trabalhadores do setor aéreo resultou no cancelamento de mais de 30 voos, afetando principalmente rotas operadas por Gol e Latam.
Em Brasília, Moacyr Auersvald, presidente da NCST, enfatizou a necessidade de lutar pelos direitos trabalhistas, alertando contra a repetição do cenário brasileiro sob as administrações de Temer e Bolsonaro, que, segundo ele, deterioraram o movimento sindical e os direitos dos trabalhadores no Brasil.
Wilson Pereira, Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH), destacou a importância da resistência sindical na Argentina, expressando solidariedade, especialmente aos setores de hotelaria, gastronomia e alimentação. Ele observou que o cancelamento de voos não é uma forma de apoio ao movimento, mas uma consequência direta das paralisações.
As manifestações também contaram com a presença de Sonia Zerino, Diretora da mulher da NCST e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), que levou o apoio da confederação e destacou a força das mulheres trabalhadoras argentinas.
Essas mobilizações refletem um cenário de desafios econômicos e sociais na América do Sul, com sindicatos e organizações trabalhistas se posicionando firmemente contra políticas percebidas como prejudiciais aos direitos dos trabalhadores. Os eventos de hoje sublinham a solidariedade transnacional entre as classes trabalhadoras e a importância de um sindicalismo forte na manutenção da democracia e na luta contra a erosão de direitos trabalhistas e sociais.
Fonte: Entre Comunicação
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