Reumatologista com 52
anos de carreira explica os efeitos da perda muscular para quem tem alguma das
mais de 100 doenças reumáticas, como artrite ou artrose.
Sabemos que a população brasileira vem envelhecendo nas últimas décadas de forma acelerada, devido à queda da mortalidade, diminuição da fecundidade e aumento da expectativa de vida, com aumento das taxas de doenças degenerativas-crônicas, como os diversos tipos de doenças reumáticas e a sarcopenia.
Etimologicamente, a palavra
sarcopenia deriva do grego sarx que significa carne, e do sufixo penia, que
significa deficiência, pobreza. Está relacionada com o declínio da massa magra
corporal, pelo desuso da musculatura esquelética, e que ao longo do processo de
envelhecimento é comum em ambos os sexos.
E o que a sarcopenia tem a ver
com a doença reumática?
Quem explica é o reumatologista,
Carmo Gonzaga de Freitas, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia e um
dos primeiros especialistas do Triângulo Mineiro que já alcançou a expressiva
marca de mais de 45 mil pacientes atendidos ao longo de 52 anos de carreira
médica.
“A sarcopenia, ou seja, a perda
da massa muscular, é um dos fatores que mais prejudica o doente reumático. Existem
mais de 100 tipos de doenças reumáticas, como artrite, artrose, osteoporose,
fibromialgia, etc, as quais prejudicam os ossos do nosso corpo, entre outros
órgãos. E tudo isso afeta a nossa capacidade física. E o que as pessoas não
sabem é que na verdade o que nos sustenta não são os ossos, e sim os músculos. Portanto,
se um doente reumático perde massa muscular, terá com certeza um agravamento da
doença reumática, num processo de debilidade progressiva”, explica Dr. Carmo.
Atividade física sempre!
Cuidar da musculatura com a
prática regular de exercícios físicos é a indicação do médico que aos 77 anos
de idade é um exemplo de como envelhecer com saúde.
“Todos nós, e principalmente o
doente reumático, precisamos fazer exercícios físicos regularmente. Para se ter
uma ideia da importância de mantermos a massa muscular, sabe-se que o peso que
cada tornozelo carrega é de 10 vezes o peso corporal de uma pessoa. Então, se
uma pessoa pesa 70 kg, cada tornozelo está carregando 700 kg, ou seja, sob seus
dois pés há um peso de 1.400 kg sendo equilibrado muitas vezes apenas pelos
ossos, sem ajuda dos músculos que não têm força para ajudar o corpo a se manter
em pé. Por isso, é muito importante que as pessoas se conscientizem e evitem
perder massa muscular, principalmente, a das pernas”, alerta o
médico-reumatologista, que atende de segunda à sexta-feira no Hospital Santa
Genoveva, em Uberlândia (MG).
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