O compositor alemão Carl Orff nascido em 1895 e falecido em 1982, inspirou-se no manuscrito "Carmina Burana" (em latim, "Canções de Beuren", nome da abadia onde a peça foi encontrada), tem como tema a Roda da Fortuna, símbolo da antiguidade que traduz as transformações da vida e a alternância entre o bem e o mal. O manuscrito "Carmina Burana" foi copiado em 1230, na região da atual Bavária, sendo encadernado muito tempo depois. A obra era uma das primeiras manifestações da Igreja e da sociedade da época.
Em 1803 o acervo artístico da abadia beneditina de Benediktbeum, na Bavária, foi transferido para a Biblioteca do Estado de Munique. Neste mesmo acervo foi descoberto um manuscrito contendo uma coleção de poemas e canções, em sua maioria profanas e em latim. A obra foi encontrada pelo Barão Freiherr von Aretin, então no cargo de executor da secularização de propriedades eclesiásticas.
O conteúdo foi publicado em 1847, revelando uma obra durante séculos, que permanecera escondida e trancada com os livros ditos subversivos e diabólicos. A partir de então a obra foi chamada de "Carmina Burana". Carl Orff a desenvolveu em sua obra musical, transformando-a em cantata cênica que alcançou enorme popularidade mundial. Na primeira parte é evocada a Fortuna e saudada a primavera. Na segunda, os prazeres exemplificados em uma taverna. Na terceira parte, a exaltação do amor (a corte de amor) e a volta da Fortuna, concluindo-a da mesma forma da inicial. Ela estreou em 08 de junho de 1937 na Ópera Estdual de Frankfurt. Frequentemente se executa essa obra em forma cênica, dançada, e em versão de concerto, como vamos conferir no Theatro Municipal nas noites de 21 e 22 de dezembro, às 20 horas.
O próprio Carl Orff relata como esses poemas o impressionaram instantaneamente; "eu peguei o livro na 5ª feira Santa de 1934 - um dia memorável para mim. Ao abrí-lo, encontrei logo na primeira página a tão famosa Fortuna velut luna statu variabilis..." Daí surgiram, apesar de só conhecer em linhas gerais o conteúdo da coleção de poemas, os coros tão brilhantes e de fácil entendimento musical, representado por uma instrumentação orquestral diversificada: quinteto de cordas usual, flautas, picollo, oboés, clarinetes, fagotes e contra-fagote; trompas, trompetes, trombones e tuba; oito bateristas, dois pianos. Carmina Burana foi trilha do filme "Excalibur".
A Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico Municipal, o Coral Paulistano e o Coro Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música sob a regência de Roberto Minczuk. Solistas> Maria Carla Pino Cury, Jabez Lima e David Marcondes. Serviço: Theatro Municipal - 21 e 22 de dezembro às 20H00.
Seguem as gravações indicadas para audição em CD da cantata "Carmina Burana", de Carl Orff.
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