Uberlândia recebe exposição ‘Desalinho’ no Centro Municipal de Cultura
São 17 obras fotográficas trabalhadas com pigmento mineral sobre papel de arroz e bordado; mostra da artista Mari Queiroz retrata o vazio e o silêncio da perda prematura dos filhos
A população de Uberlândia já pode apreciar gratuitamente a exposição “Desalinho” da artista premiada Mari Queiroz (veja abaixo). A mostra pode ser conferida na Galeria de Arte Iolanda de Lima Freitas, no Centro Municipal de Cultura, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Com 17 obras fotográficas trabalhadas também com pigmento mineral sobre papel de arroz e bordado, a artista leva ao visitante a atmosfera dolorosa da perda prematura de um filho.
“Eu quebro o silêncio e me debruço neste vazio devastador e solitário da mulher diante da perda de um bebê. Fotografo o corpo dela, fragmento e o costuro com este ‘bordado’ normalmente pertencente ao mundo feminino, com pontos cirúrgicos, a fim de nomear o abismo do indizível. Esse trabalho lento e preciso é a metáfora de um tempo que passa, um tempo que volta sobre si sem jamais se repetir, como o movimento contínuo da agulha perfurando o papel uma e outra vez”, destacou Mari Queiroz.
Danilo Henriques – Secretaria Municipal de Governo e Comunicação/PMU
Sobre a artista
A paulista Mari Queiroz é pós-graduada em Práticas Artísticas Contemporâneas (FAAP, 2022) e tem licenciatura em Educação Artística (Escola de Comunicações e Artes da USP,1989). Começou sua trajetória como fotojornalista, foi assistente de fotografia e depois fotógrafa no Estúdio Abril, onde permaneceu por um longo período.
Em busca de espaço para seu trabalho autoral deixou a editora e retomou seu percurso nas artes visuais. Premiada no Latin American Fotografía 4, no Prix de la Photographie Paris e no Prêmio Abril de Jornalismo, participou das exposições “Um Retrato Para o Novo Mundo” (Centro Cultural Casa da Luz, 2021) e “A Menina Mais Feia da Turma” (Ateliê 397, 2019), entre outras.
Atualmente, a artista investiga a relação entre corpo, silenciamento e memória. Através da sobreposição de camadas e da recombinação de vestígios e materiais, transforma o registro fotográfico em algo subjetivo e inexato, amortecendo o significado dos sujeitos originais. Sua pesquisa questiona os limites diluindo contornos: entrelaça o dentro e o fora, a construção e a ruína, o íntimo e o público, o corpo e a paisagem. Utilizando-se da imagem fotográfica e mais recentemente da palavra, cria auto ficções onde subverte a ideia do arquivo e da memória como lugares neutros.
Prestigie!
O quê: Exposição “Desalinho” da artista Mari Queiroz
Onde: Galeria de Arte Iolanda de Lima Freitas, no Centro Municipal de Cultura (Praça Jacy de Assis) – Centro
Quando: Até 28 de julho – de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Entrada franca
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