No Dia Internacional da síndrome de Down, entenda a importância da conscientização com Tathi Piancastelli
O Dia Internacional da síndrome de Down é comemorado no dia 21 de março. Tathi Piancastelli traz alguns mitos e nos inspira a entendermos sobre as terminologias adequadas para textos e postagens
O Dia Internacional da síndrome de Down faz uma alusão à trissomia do 21 e é comemorada mundialmente, sendo reconhecido pelas Nações Unidas desde 2012. A intenção é que a data seja de conscientização global e celebração das pessoas com a síndrome, a fim de que tenham liberdades e oportunidades igualitárias a todo cidadão.
Para este dia, Tathi Piancastelli se reafirma como uma inspiração para todas as pessoas, principalmente para jornalistas e profissionais de comunicação, que, através de seus textos, influenciam e ensinam os leitores a abrirem suas mentes para uma sociedade mais inclusiva. Pensando nisso, que tal conhecer as terminologias corretas para pessoas com deficiência?
Terminologias para textos inclusivos
Segundo a Gadim Brasil (Aliança Global para Inclusão das Pessoas com Deficiência na Mídia e Entretenimento), a forma como a imprensa vem se referindo às pessoas com deficiência vem melhorando com o passar dos anos e isso se reflete em como a sociedade vê as pessoas com deficiência. Por isso, é de extrema importância se atentar aos textos.
Eles explicam que não é correto usar o termo “portador de deficiência", já que ninguém porta uma deficiência. Essas palavras podem ser construtivas ou servir para perpetuar preconceitos. Já para o caso de pessoas com deficiência, usa-se “pessoa com deficiência" e, para síndrome de Down - com “s” minúsculo e “D” maiúsculo - também pode ser usado “pessoa com síndrome de Down”.
Além das terminologias, é importante falar sobre o capacitismo: uma forma de preconceito contra pessoas com deficiência, que leva a sociedade a acreditar que pessoas com deficiência valem menos que pessoas sem deficiência. Segundo a Gadim Brasil, assim como a cultura do machismo e do racismo, a cultura capacitista resulta em marginalização e discriminação.
Mas você sabia que existe também o capacitismo linguístico? Seu uso, no dia a dia, reforça normas sociais que normalizam a ofensa, o abuso e a violência contra pessoas com deficiência. Os textos reduzem a pessoa a sentimentos de piedade, como se fossem inúteis ou um fardo para família e sociedade. É essencial o jornalista estudar e evitar que seus textos façam qualquer alusão ao capacitismo.
Para isso, também há sugestões de como evitar a proliferação do capacitismo nos textos: use a grafia correta (pessoa com deficiência e não dificiente, especial, excepcional, portador de deficiência ou com necessidades especiais), não use xingamentos (“pessoa parece demente, autista”), evite usar rótulos negativos (padecer de, a vítima sofre de…), retire de seu vocabulário a palavra “portador” para se referir à pessoas com deficiência e, para fechar, sempre escute a pessoa com deficiência e não seus acompanhantes - sugestões retiradas do site Gadim Brasil.
Para saber mais dicas e orientações de terminologias para pessoas com deficiência, acesse: https://www.gadimbrasil.org/
Mitos sobre a Síndrome de Down e o casamento de Tathi Piancastelli
Sabemos que a luta de pessoas com deficiência por maiores espaços e conscientização da população é diária. Sendo assim, Tathi Piancastelli usa suas redes sociais em prol dessa conscientização, através de vídeos e conteúdos informativos, entre eles, os mitos sobre a Síndrome de Down. São eles:
Síndrome de Down não tem grau (leve, média ou grave)
Pessoas com síndrome de Down são, todas, carinhosas e fofas
Pessoas com síndrome de Down não podem se casar
Pessoas com síndrome de Down precisam morar com os pais
A maior prova de todos esses mitos é a própria Tathi, que mora sozinha, não se considera fofa, além de ter se casado, no último dia 11 de março, com o escritor, palestrante e pessoa com síndrome de Down, Vinicius Ergang Streda. O casamento aconteceu na Fazenda Marambaia, em Limeira, município de São Paulo e foi transmitido nas redes sociais, com cobertura nas principais revistas e mídias da imprensa brasileira.
A história de amor de Tathi e Vinicius é um verdadeiro conto de fadas: ambos se conheceram através do Instituto Cromossomo 21, que gravou a história de cada um, separadamente, para a websérie “Geração 21”, um projeto que traz a história de 12 jovens com síndrome de Down alcançando a autonomia.
Para esta dia 21 de março, Tathi Piancastelli deseja seguir sendo um verdadeiro exemplo, não somente para as pessoas com síndrome de Down e pessoas com deficiência, mas para todo o mundo. Ela, que é a primeira pessoa com síndrome de Down do mundo a escrever e a protagonizar uma peça de teatro profissional e a palestrar na ONU, seguirá com sua luta por um país mais inclusivo e justo para todos.
“Quero que minha história, meus conteúdos e minha vida sejam exemplos de que nós, pessoas com síndrome de Down, podemos ser quem quisermos e realizar sonhos, assim como realizei os sonhos de morar sozinha e me casar. A independência torna a vida de todo ser humano mais desafiadora e proporciona experiências únicas de vida, e ser um exemplo de pessoa com síndrome de Down, independente e completamente feliz e realizada, me traz esperanças de um mundo melhor. Espero poder inspirar cada vez mais, todos que conhecem minha história”, comenta Tathi Piancastelli.
Sobre Tathi Piancastelli
Tathi Piancastelli é atriz, escritora, empresária, palestrante, digital influencer, ativista e a primeira pessoa com síndrome de Down do mundo a escrever e a protagonizar uma peça de teatro profissional. Ao longo de sua vida, Tathi Piancastelli passou por diversos países, levando palavras de sabedoria, força e determinação por onde passa.
Tathi é Coordenadora de Ativismo do Instituto Metasocial, responsável pelo slogan “Ser Diferente é Normal”. Faz parte do grupo de Autodefensoria da Federação das Associações de síndrome de Down ( FBASD) da região Sudeste. Seu espetáculo, "Menina dos Meus Olhos", foi apresentado em Nova York nos anos de 2013 e 2015 e no 30° Festival Internacional de Teatro Hispânico de Miami, em 2015. Em 2016, o espetáculo foi apresentado na UNICEF/ONU, em Nova York, além de conquistar o Brazilian International Press Award 2016, na categoria Melhor Teatro/Espetáculo nos EUA.
Um dos momentos mais marcantes na vida de Tathi Piancastelli foi em 2012, quando ela palestrou e representou o Brasil na sede das Nações Unidas (ONU), no Dia Internacional da síndrome de Down, comemorado em 21 de março. Sua rotina também inclui palestras em diversos eventos e locais além de ser a estrela de campanhas como influencer, como Arezzo, Boticário, Nubank, Vivo, Nestlé, entre outras marcas.
Tathi Piancastelli também foi inspiração para Maurício de Sousa, o criador da Turma da Mônica. Em 2008, durante um evento de inclusão, o mesmo criou e batizou uma personagem com síndrome de Down com o nome de ‘Tati’ numa forma de homenagem à Tathi Piancastelli. Logo depois, a personagem “Tati” passou a integrar, oficialmente, a Turma da Mônica.
Neste ano de 2023, Tathi Piancastelli se prepara para o momento mais emocionante de sua vida: seu casamento com o escritor, palestrante e pessoa com síndrome de Down, Vinicius Ergang Streda. O casamento acontece em 11 de março e certamente será um dia de fortes emoções para Tathi Piancastelli e sua família.
Além disso, ela apresenta “Oi Eu Estou Aqui“ (Hi, I'm Here), um espetáculo solo escrito e atuado por Tathi Piancastelli e coescrito e dirigido por Fabio Costa Prado. Como o título sugere, esta obra coloca a artista desbravadora em primeiro plano, ecoando intensamente no palco e no mundo. Tathi Piancastelli explora suas inquietações em relação ao seu futuro e sua busca por independência e autonomia, passando por uma jornada que materializa seus desejos de morar sozinha, obter um diploma e se casar. Ela também se prepara para apresentar a exposição “De Dentro para Fora”, onde ela representa, acima de tudo, a força da mulher com síndrome de Down.
Acompanhe Tathiana Piancastelli nas redes sociais:
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