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19 setembro, 2022

O uso de medicamentos

               



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

O uso de medicamentos

A vida moderna com tudo o que ela oferece, especialmente em relação a falta de alívio diante de situações perigosas e angustiantes têm feito com que nos sintamos esgotados, quase chegando a exaustão.

Os males oriundos da vida pandêmica têm se perpetuado, pois ainda não teve fim. Estamos sob a égide do medo, da tensão e da falta de segurança.

Obviamente que tais sentimentos nos doam ansiedade. Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2020 sinalizou que 8 de 10 pessoas têm algum tipo de ansiedade. E não é difícil constatar tais dados no dia a dia quando conversamos com as pessoas. Quase todas estão hiperativadas, sendo que a maioria delas estão fazendo uso de medicações e, mesmo assim ainda estão tendo problema para lidar com as agruras da existência.

Longe de mim relatar que o uso de medicamentos não deve ser realizado, mas devemos ter muito cuidado com eles.

Como estamos em uma sociedade que busca o prazer a qualquer custo, justamente para conseguir lidar com tantas adversidades, qualquer sinal de tristeza, frustração, tornam-se um motivo para encontrar na medicamentação uma possível melhora.

Devemos estar alertas. Peter Breggin, um psiquiatra que faz campanhas contra o uso de fármacos na psiquiatria, o remédio para pacientes angustiados é a compreensão dos problemas, emoções e sentimentos pessoais. O que o doutor Breggin nos sugere é que uma boa análise pode ser bem efetiva para quem está com o coração pesado.

Kelly Brogan, autora do livro A depressão feminina, também segue a mesma linha de conduta de Peter Breggin. Para a psiquiatra o uso de remédios controlados é a terceira causa de morte no mundo. Só perde para o câncer e problemas cardíacos.

A constatação de Kelly Brogan é interessante para ficarmos alertas. Além disso, o Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Saúde Pública Bloomberg da Universidade John Hopkins analisou pessoas medicadas com antidepressivos que na verdade não preenchiam requisitos para transtornos mentais.

Uma verdade que não podemos perder de vista é que estamos em um mundo capitalista, onde o ganho desenfreado rege basicamente todas as relações. E neste ínterim não há limites para a acumulação. Qualquer meio é aceitável para chegar a este fim.

Para se ter uma ideia, em 2002, há 20 anos atrás, o mercado mundial de antidepressivos totalizava uma cifra de 17 bilhões de dólares. Dados mais recentes, de 2020, mostram que só no Brasil, o mercado de antidepressivos foi de 2,5 bilhões e de ansiolíticos de 534 milhões.

Estes dados devem nos deixar atentos e nos fazer ponderar, pois assim, podemos buscar vários outros caminhos possíveis para nos sentirmos bem, antes de nos rendermos aos medicamentos.

Um fortíssimo abraço para você. Até a próxima!

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