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08 agosto, 2022

Falar em público não precisa ser sempre assustador

 



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

Falar em público não precisa ser sempre assustador

Falar em público, segundo uma pesquisa realizada em 2015 nos Estados Unidos e no Reino Unido, é mais assustador que águas profundas, aranha, espaços apertados, avião e outros horrores potenciais.

Basicamente todos nós já passamos por uma ou mais experiências de termos que enfrentar um grupo de pessoas para fazer uma reunião, apresentar um trabalho de faculdade, fazer preleções na igreja ou qualquer contexto que nos incite a ter que dissertar para mais de uma pessoa.

Por mais preparados que possamos nos encontrar, tais experiências são sempre constrangedoras ou muitas vezes, assustadoras. Saber que seremos ouvidos, avaliados e julgados não é uma tarefa fácil. Mas se temos tais sentimentos, devemos saber que eles existem a muito tempo em nós.

O psicanalista Alfred Adler deixou escrito que toda criança desenvolve um complexo de inferioridade e, por causa disso, todos desenvolvemos uma aptidão para corrermos atrás do sucesso. Assim nos sentiremos fortes, superiores e completos.

Evidentemente que as ideias de Adler estão muito atreladas à sua história de vida. Ele foi uma criança muito doente, frágil, logo precisava muito de apoio constante.

Todavia para além da inferioridade natural que o psicanalista percebeu que todos nós passamos, se você foi uma criança julgada, cujo desempenho era sempre insatisfatório, certamente criou um falso self, que dificultará muito seu entendimento de quem de fato você é. A única conclusão possível é de que você era um inútil e, este conceito, se não for levado para a análise para ser elaborado, pode acompanha-lo até o final da existência. Conclusão? Seremos pessoas que terá muita dificuldade em falar em público.

Mas nem tudo está perdido. Como já foi relatado, conversar com um profissional pode ser um caminho interessante para se entender se de fato o conceito Adleriano tem relevância em sua vida.

Outro recurso é admitir que todos cometem falhas e que são estas que nos fazem aprender. De que outra forma obteremos crescimento pessoal se não for por meio de falhas?

Olhar de maneira positiva para algo que nos constrange por acharmos ser negativa com certeza diminuirá em muito nosso receio de falar para muitas pessoas.

Gosto muito de uma frase criada por um professor de atenção plena chamado Jon Kabat que diz: “Dê a si mesmo a permissão para deixar que este momento seja exatamente como é, e permita ser exatamente como você é”. Fica aí a dica.

 Um fortíssimo abraço para você. Até a próxima!

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