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15 maio, 2022

Solidão

                   


SAÚDE TOTAL

Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha

Solidão

Quem não conhece o antigo ditado: ninguém é uma ilha. É uma verdade muito atemporal, pois durante toda a vida buscamos encontrar companhia de outras pessoas, ora para nos relacionar romanticamente, fraternalmente ou simplesmente relacionar. A questão é que nunca desejamos estar sós. Estar junto nos protege e nos fortalece, na maioria das vezes.

E até mais que isso. Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, com suas pesquisas, conseguiu atentar para o fato de que viver isolados, como muitos de nós vivemos, principalmente durante a pandemia da Covid 19, vai contra nossos impulsos biológicos e de sobrevivência.

Você sabia que sentir-se isolado faz com que a temperatura de seu corpo seja alterada?

Uma pesquisa de Zhong e Leonardelli apontou que indivíduos que se sentem sós, descrevem seu ambiente físico mais frio. Em termos de temperatura, é claro. O resultado disso é que estes, para compensar a falta de calor, bebem mais que os outros, para diminuir esta sensação desagradável.

E tem mais ainda: outro estudo apontou que ser excluído de jogos online foi o suficiente para baixar a temperatura dos dedos dos jogadores.

Cristiano Abreu relata que “a solidão pode sinalizar ao cérebro que o corpo está sob estresse e provocar reações imediatas como o aumento da pressão arterial e do colesterol, por exemplo”.

A Northwestern University mostrou que adultos que vão para a cama sozinhos, sentindo-se isolados, apresentam, na manhã seguinte, aumento dos níveis de cortisol.

Então percebemos que os prejuízos psicológicos e físicos são bastante significativos. E tem mais...

Quando mais velhos, o indivíduo que se sente solitário tem a pressão arterial aumentada, problemas com sono e tem uma significativa diminuição no bem-estar geral, além de aumentar em 14% o risco de morte prematura nesta mesma categoria de pessoas.

E não para por aí. A solidão causa disfunção no sistema imunológico, aumentando o risco de várias doenças.

Mas devemos prestar atenção em algo: não é o número de amigos ou de relacionamentos que indica se somos solitários ou não, mas a qualidade destas relações. Robin Williams, famoso ator americano, quando suicidou, deixou relatado que vivia rodeado de pessoas e se sentia extremamente sozinho.

Outra questão que não pode passar incólume é a crença na solidão. Esta pode atrapalhar de nos aproximar das pessoas, fazendo-nos realmente solitários. A crença na solidão é a interpretação negativa do que é ser sozinho ou não.

Vivemos tempos difíceis em questão de relacionamentos, todavia não podemos prescindir do fato de que é se conectando que teremos mais saúde e, consequentemente, mais vida.

Um abraço fortíssimo para você!

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