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07 maio, 2022

O Dia das Mães pela perspectiva de mães surdas

 O Dia das Mães pela perspectiva de mães surdas


“É preciso antes de tudo sermos mais humanos e enxergarmos as necessidades do próximo”, compartilha uma mulher sobre sua experiência como mãe surda



Divulgação handtalk - app (créditos - agencia na lata) - Hugo


SÃO PAULO, 02 de maio de 2022


A celebração do Dia das Mães está se aproximando, sendo oficialmente comemorada no próximo domingo, dia 08 de maio. A data serve para enaltecer todos os tipos de mães, sejam quais forem as configurações de sua família, e valorizar a diversidade que existe dentro da maternidade. Dessa forma, não podemos nos esquecer das mães que fazem parte da comunidade surda. Este ano, nós da Hand Talk conversamos com duas mulheres surdas, que dividiram conosco um pouco de suas experiências como mães.


É importante saber que dentro da própria comunidade surda há uma grande diversidade. Desde CODAs (pessoas filhas de pais surdos), até pessoas que se comunicam principalmente por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais), e pessoas oralizadas, que podem contar com implantes cocleares e se apoiam na leitura labial e na fala para se comunicarem. Com isso em mente, trazemos os depoimentos de Fátima Ducati, mulher surda que usa Libras, e Beatriz Sales, mulher surda oralizada. Ambas representam diferentes espectros dentro da comunidade surda, e nos contam de vivências distintas na maternidade.


As duas mães começaram nos falando um pouco das dificuldades e barreiras que enfrentaram por causa de suas deficiências. A falta de acessibilidade na comunicação já é um problema conhecido há tempos, e a falta de autonomia que isso causa no momento de participar ativamente das vidas dos filhos é frustrante. “Nas consultas pediátricas, sempre precisei pedir apoio de outras pessoas, ou até mesmo da minha filha, para entender o que o médico explicava”, diz Fátima.


Divulgação


Já Beatriz conta ter vivido adversidades diferentes, ao ser uma mulher oralizada. A leitura labial definitivamente se tornava uma aliada no momento de se comunicar, mas não deve ser a única solução para poder participar da criação dos filhos. A pandemia, por exemplo, se apresentou como um grande obstáculo nessas situações. “Uma grande dificuldade que sinto é a da comunicação com máscaras atualmente. Por eu depender da leitura labial, ela se torna um grande obstáculo”, explica.


Apesar das perspectivas diferentes, Fátima e Beatriz concordam que deveria haver mais acessibilidade e inclusão na comunicação com pessoas surdas, principalmente nas áreas médicas e escolas. Fátima comenta que “temos muitas informações e tecnologia, mas nada adianta se não contarmos com a boa vontade e empatia das pessoas em colocar isso em prática”. Beatriz reforça “mais inclusão em hospitais, e comunicação com os profissionais da saúde!”.


Mesmo com diversos desafios externos, a vida dentro do núcleo familiar sempre correu muito bem para ambas, se comunicando por Libras, leitura labial, ou até uma mescla de ambos. “Eu amo ser mãe, e ser surda não foi nenhum impedimento para isso”, fala Fátima. 


Hugo - Divulgação


Já Beatriz, conta mais a fundo como foi a sua experiência como mulher surda oralizada, enquanto o pai de suas filhas é surdo usuário da Libras. “Minhas filhas são fluentes em Libras, e sempre trabalhei também a prática da leitura labial. A Libras é muito com o pai delas, e comigo mesclamos a leitura labial. Essa experiência das duas formas foi muito importante!”.


Todas as mães têm dificuldades na maternidade, e com as mulheres surdas não é diferente. No entanto, ainda possuímos um longo caminho como sociedade para garantir que elas tenham autonomia e recursos de acessibilidade disponíveis para conseguirem exercer seus papéis como mãe como desejarem, da melhor forma possível, e sem barreiras causadas pela falta de inclusão.


Hand-Talk-founders


Sobre a Hand Talk


Fundada em 2012, a startup brasileira Hand Talk foca em fazer bom uso da tecnologia trazendo mais acessibilidade para o mundo. A empresa oferece dois produtos diferentes, o Hand Talk App, que realiza traduções digitais e automáticas para Libras e ASL (Língua Americana de Sinais), e o Hand Talk Plugin, que torna sites acessíveis para a comunidade surda com traduções para Libras. Ambas as soluções contam com a ajuda de seus tradutores virtuais, o Hugo e a Maya.


Esses dois vão além de apenas traduzir conteúdo, mas também estão aproximando pessoas através do uso da tecnologia e comunicação, aplicada em diversos ambientes, como salas de aula e famílias. Com sua ajuda, a Hand Talk busca quebrar barreiras de comunicação, contribuindo para um mundo mais justo e inclusivo.


Mini bio dos fundadores:


Ronaldo Tenório (CEO)

Nascimento: 12/11/1985 - Linkedin: https://www.linkedin.com/in/ronaldotenorio 

Publicitário e especialista em comunicação estratégica. É cofundador e Diretor Executivo da Hand Talk, uma das startups mais premiadas do Brasil, cujo aplicativo foi eleito pela ONU o melhor app social do mundo. Foi eleito pela Folha de São Paulo o mais promissor Empreendedor Social no Brasil, pela Revista Forbes como um dos jovens mais promissores do país e pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos 35 jovens mais inovadores do mundo.


Carlos Wanderlan (CTO)

Nascimento: 05/08/1982 - Linkedin: https://br.linkedin.com/in/carloshandtalk 

Diretor de Tecnologia e cofundador da Hand Talk, é desenvolvedor de software e aplicativos e analista de sistemas com mais de 20 anos de experiência em programação. Além da experiência empreendedora, também atuou desenvolvendo tecnologia em grandes empresas. Em 2014, ao lado dos seus sócios, foi eleito pela Folha de São Paulo o Empreendedor Social de Futuro no Brasil.


Thadeu Luz (Diretor de IA)

Nascimento: 13/04/1983 - Linkedin: https://www.linkedin.com/in/thadeuluz/

Diretor de Inteligência Artificial e cofundador da Hand Talk, possui formação em Arquitetura pela Universidade Federal de Alagoas e especialização em animação 3D na Seneca College, em Toronto-CA, onde trabalhou com efeitos especiais em produções internacionais. É também Google Developer Expert e mentor do Google for Startups.


Mais informações:



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