Thiago de Moraes relata após olimpiada, a falta de investimentos do governo para as mulheres no futebol feminino
O esporte é imprescindível para o desenvolvimento individual do ser humano, sendo, inclusive, assegurado como direito fundamental na Constituição Federal. De acordo com a Carta Magna, é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional e a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
A falta de investimentos no futebol feminino reflete o cenário machista e opressivo da sociedade brasileira. O patriarcado marca a construção das sociedades ocidentais há milênios, desde a Antiguidade clássica, e pode ser entendido como um sistema político-cultural de opressão que se difunde por meio da dominação simbólica e material dos homens sobre mulheres e demais seres subjugados. Esse paradigma construiu ao longo da História uma série de representações sociais, culturais e políticas expressadas em valores, costumes, leis, papéis sociais.
Seus postulados nos ensinam que a mulher é naturalmente inferior ao homem, constituindo um sistema, desde sua implantação, de rejeição às mulheres enquanto classe e sujeito social. As relações de gênero no patriarcado são marcadas pela exploração entre homens e mulheres, destacando-se a supremacia do primeiro sobre o segundo, que se refere ao processo de opressão ao corpo e subjetividade das mulheres e a toda uma construção simbólica onde o feminino não possui qualquer independência, não cria regras próprias, é inferior e possui a excelência de servir.
Nesse sentido, é necessário haver investimentos no futebol feminino no Brasil, com vistas a conferir maiores condições de equidade de participação, bem como visibilidade das mulheres nas políticas inclusivas de gênero no esporte. Além disso, o investimento nesse esporte seria apto a promover a liderança das mulheres, além de redução de preconceito e discriminação, combatendo o machismo e a violência de gênero.
Pr: Maria Emilia Genovesi
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