Já faze dois séculos que o mundo civilizado procura se imunizar contra doenças que, tradicionalmente, vinha dizimando a humanidade.
(Divulgação)
Procuramos, num cronograma geral, eixar marcado abaixo alguns dos grandes momentos da saga das vacinas, indo do pus da vaca ao DNA.
1796 = Edward Jenner injeta a secreção das fístulas de uma vaca com varíola – ou seja, pus – em um menino. Semanas depois inocula a criança a criança com varíola humana e ela não adoece.
Daí o nome VACINA, derivado da expressão latina MATERIA VACCINIA (substância que vem da vaca).
1885 = Louis Pasteur cria a vacina antirrábica, após descobrir que a raiva ataca o sistema nervoso central de mamíferos e é transmitida pela saliva.
1911 = Começa a imunização contra a febre tifoide, doença mortal causada por bactérias e caracterizada por febre alta, diarreia e alterações cutâneas.
1921 = Surge a vacina BCG, contra a tuberculose. Estudo realizado na França, na década passada, sugere que, em criança, ela é pouco eficaz na prevenção da tuberculose, mas funciona bem contra meningite tuberculosa.
1925 = A difteria e o tétano ganham suas vacinas. Na época, a difteria matava anualmente milhares de crianças entre 1 e 4 anos de idade, devido à obstrução da laringe e da traqueia.
1926 = Adotada nos Estados Unidos a vacina contra coqueluche,doença que provoca tosse convulsiva em crianças. Até hoje é o maior alvo de polêmica, por causa de seus fortes efeitos colaterais.
1935 = A vacina contra febre amarela, doença típica de áreas silvestres, é introduzida nos Estados Unidos. Sete anos depois passa a ser usada no Brasil, então um dos grandes focos do mal.
1955 = Inventada a vacina injetável contra a poliomielite, produzida com vírus inativos. Sua eficácia ficou aquém das expectativas dos cientistas.
1960 = Após 30 anos de pesquisas, o polonês naturalizado estado unidense, Alberto Sabin fabrica uma vacina com vírus vivos da pólio, a famosa gotinha que ajudou a erradicar a doença das Américas.
1964 = A primeira geração de vacinas contra o sarampo é
produzida. De 1967 a 1970, o preventivo ajudou a erradicar o sarampo em Gâmbia, na África. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença voltou dois anos depois devido à suspensão da vacina.
1981 = A vacina contra hepatite B é fabricada com a nova técnica de proteínas recombinantes – genes do vírus são mergulhados em culturas de células, que passam a produzir antígenos. Inoculados no organismo, eles estimulam a produção de anticorpos.
1993 = Começam os testes, em ratos, das primeiras vacinas gênicas (ou de DNA), contra influenza tipo B, malária e Aids. A meta é chegar á vacina polivalente, de dose única e ação permanente,com a transferência de genes de agentes patológicos para células do homem.
1999 = Têm início os testes de vacinas de DNA em humanos. No Brasil, o experimento é feito com a vacina contra HAEMOPHILUS INFLUENZA (gripe).
Mas será que existe mesmo um antídoto controverso?
Empregada no aís há mais de 60 anos, a vacina contra a febre amarela assusta por seus efeitos colaterais.
O hábito de vacinar populações no Brasil começou com uma enorme confusão – a chamada GUERRA DA VACINA. Em 1904,assustados com o boato de que a injeção transmitia sífilis, milhares de cariocas montaram barricadas nas ruas do Rio de Janeiro ara evitar a vacinação obrigatória contra a varíola. A casa do
bacteriologista Oswaldo Cruz, que dirigia o programa sanitário,chegou a ser alvo de tiros e, temendo o agravamento dos protestos,o governo recuou. Desde então, nenhum outro fato grave tinha abalado as campanhas de imunização no país até dezembro de
1999. Naquele mês, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) anunciou a morte da menina Andrielly Lacerda dos Santos, de 5 anos, em Goiânia, vítima de febre amarela causada pela própria vacina contra a doença.
Foi o primeiro caso no mundo, informou a Funasa. Não seria,contudo, o único transtorno recente envolvendo a vacina,obrigatória em áreas silvestres do Norte e do Centro-Oeste.
Em testes desde 1993, as vacinas gênicas inoculam na célula humana parte dos códigos genéticos de vírus e bactérias.
E o processo é o seguinte:
1) O pedaço do DNA do micróbio responsável pela produção da toxina causadora da doença é identificado e isolado.
2) O conjunto de genes é transferido para um plasmídeo
(molécula do DNA de uma bactéria) que vai funcionar como veículo de transporte.
3) O plasmídeo é injetado em uma célula dentrítica da pele. Ao cair na corrente sanguínea, ela acabará se alojando em algum gânglio linfático ou nervoso.
4) A célula enxertada passa então a produzir a toxina própria do micróbio e o sistema de defesa do indivíduo responde gerando anticorpos que protegerão o organismo da doença.
PR:Lowry Landi
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