O autoamor e sua relação com a saúde mental
Artigo escrito pela psicóloga e mentora Sanrina Alves
Autoamor ou amor-próprio é a capacidade que um ser humano possui de gostar de si mesmo. Se trata de um estado de autoestima onde se atinge não somente um grau de autoaceitação, mas uma apreciação de si em relação a quem se é, ou seja, sua imagem, valores, virtudes, qualidades, visão de mundo e a sua clareza de ser quem realmente é e não o que esperam que seja.
O fato é que o autoamor é fundamental para se manter uma boa saúde mental, uma vez que o ser humano é constituído por muitos pilares internos, mental, psíquico, emocional, social, biológico, fisiológico e espiritual. Dessa forma, harmonizar-se internamente é o caminho para o bem estar, especialmente durante esse período difícil que estamos enfrentando já há um ano.
Muitas pessoas conhecem a famosa orientação que todos os passageiros recebem quando viajam de avião: “Em caso de emergência, máscaras de oxigênio cairão sobre suas cabeças, COLOQUE-AS PRIMEIRO EM SI e DEPOIS ajude a pessoa que estiver ao seu lado!”. Pois bem, na vida a coisas funcionam mais ou menos da mesma forma, se não nos cuidarmos primeiro, dificilmente conseguiremos realizar um bom trabalho com o outro.
Dessa forma, cultivar autoamor regado de autoestima faz com que conseguimos gerir melhor nossas vidas e cuidar melhor daquilo que estimamos e de quem amamos.
Para obter ou realizar a manutenção desse autoamor é necessário prestar sempre atenção a si mesmo e ao que está sentindo. Perceber o quanto de tempo e energia está despendendo para si, o quanto de autocrítica desproporcional está lançando contra si, como está se sentindo em relação às diversas situações e diante dos relacionamentos e, especialmente, alinhando o que espera de si diante das tomadas de decisões e circunstâncias da vida.
A auto observação é sempre o que há de mais efetivo quando o assunto somos “nós mesmos”. Dar ao outro o poder de sinalizar o que está adequado ou não, demonstra o quão frágil está sua autoestima e como está sem autonomia. É exatamente nesse ponto em que é preciso buscar ajuda profissional, quando não se consegue mais ter esse senso crítico em relação a si, uma apatia quando se trata de realizar coisas em prol do benefício próprio ou quando não há, sequer, entusiasmo quando se pensa no futuro.
Claro que, quando se chega a esse extremo, uma ajuda profissional é necessária, mas para exercício de uma boa autoestima que inspira esse autoamor podemos, a cada dia, nos atentar a pequenas atitudes possíveis. Valorizar-se, se “presentear”, aprender a lidar com frustrações diárias, não ser cruel consigo mesmo, cuidado em como usar as redes sociais, exercício físico, limitar notícias trágicas no dia a dia, se cercar de pessoas que te fazem bem, ser grato e viver o presente são alguns desses pequenos passos que podemos incluir no nosso cotidiano e que podem fazer muita diferença.
Mais sobre a autora do artigo
Formada em psicologia, Sabrina Alves atua com atendimento clínico desde 2009. Em sua abordagem, busca resolver conflitos pontuais, resgatando parte das histórias de vida dos seus pacientes para assim ressignificar acontecimentos difíceis que geraram bloqueios, proporcionando apoio na busca da autonomia, autoconhecimento e formação ou resgate de identidade.
Em seu trabalho com o público infantil, atuou com crianças destituídas do poder familiar, em situação de abrigamento, pesquisando e articulando com o Sistema Judiciário e toda a rede Psicossocial formas de garantir a melhor estrutura de vida para esses, que já haviam passado por traumas e sofrimentos intensos.
Como profissional de grande referência para o público LGBTQ+, apoia a autoaceitação, empoderamento e a autonomia em relação à própria identidade, promovendo transformações positivas e proporcionando muito alívio para essas pessoas
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Por fim, vale ressaltar que a especialista é também coautora do livro “São tantas emoções. Vamos compreendê-las?” de Caroline Settani Salvalagio.
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