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16 dezembro, 2020

 PROFESSOR LÚCIO LAGE FALA SOBRE O QUE ESPERAR DE 2021 EM DIVERSAS ÁREAS

(Lúcio Lage-Divulgação)

Será melhor ou pior? Ou nada muda?

1. O que esperar de 2021? Será melhor, igual ou pior?

R.: Ser melhor, igual ou pior depende de vários fatores, inclusive do observador. Em alguns setores que foram mais ágeis na adaptação à pandemia, poderá ser melhor, mas para quem ficou somente esperando pelo vírus ir embora, poderá ser pior.
Para as telecomunicações, por exemplo, como operadoras, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços, poderá ser melhor com a implantação do 5G no segundo semestre no Brasil, o que não é devido à pandemia.
Com a vacinação iniciando no primeiro trimestre de 2021 a confiança aumenta e a Economia deverá crescer junto com ele.

2. Quais as estratégias de atuação no novo cenário?

R.: Para um novo cenário, novas estratégias. Na área de Educação os processos virtuais de ensino-aprendizagem como o Ensino a Distância (EaD) serão ampliados. Espera-se que o saudável modelo híbrido (EaDH) com parte das aulas virtuais e parte presencial, seja adotado. Os serviços bancários remotos digitais prevalecerão. O crescimento da Agricultura, cada vez mais digital, com otimizações de seus processos com drones, se consolidará. Os restaurantes híbridos ou somente virtuais serão em grande número e o Home Office deverá ser híbrido para a boa saúde mental das pessoas envolvidas.

3. Que tecnologias devem impactar suas atividades?

R.: Minha atividade já é muito digital (Lives, aulas, palestras, reuniões, divulgações, etc...). O  que é preciso fazer é compensar o número excessivo de tempo digital para minimizar a dependência digital. EaDH, Home Office híbrido, além do uso de canais digitais, serão os mais presentes.

4. Quais as mudanças de comportamento do consumidor?

R.: O e-commerce foi intensificado na pandemia pela impossibilidade de ir às ruas. Como previsto no meu mais recente livro lançado em 30.6.20 ,“A vida após o novo coronavírus” , com a flexibilização, as pessoas voltariam às ruas pelo prazer da experiência de comprar presencialmente e é o que está acontecendo. Com acesso às lojas físicas e pelas dificuldades desta modalidade de compras no Brasil (Internet instável e sobrecarregada, qualidade precária de vários sites, insegurança nas estradas, despreparo logístico, trânsito urbano complexo e custo Brasil) os níveis de compra do e-commerce vão reduzir mas não aos níveis de antes da pandemia. Apesar desta realidade, os interessados na cadeia do e-commerce, como a Amazon, por exemplo, continuarão a afirmar que o e-commerce chegará à “lua”.

5 - Quais desafios precisam ser enfrentados no pós-pandemia, uma vez que teremos que criar novas rotinas e novas formas de sociabilidade?

R.: Os desafios pós-pandemia são muitos e em diversos graus. Vão desde comportamentos individuais de higiene e contato até importantes questões globais como a necessidade de discussão de uma Agenda de Saúde Mundial sobre a gestão dos alimentos de origem animal, por questões óbvias. Falamos disto também no nosso livro mencionado em 4.

6 - Não será possível voltar às condições que experimentamos anteriormente. A comunicação através da internet e das redes sociais veio para ficar?

R.: Voltaremos sim, um dia, às práticas de antes da pandemia, claro que com pequenos ajustes. Sobre a comunicação pela Internet e Redes Sociais, sua expansão já vinha acontecendo pela transformação digital. Assim não é questão de vir para ficar porque ela já estava aí.

7 - O acompanhamento de casos clínicos, nos quais a presença do profissional pode ser substituída pelo contato remoto, deve ser algo que pode permanecer e ser útil para a área de saúde.

R.: É uma alternativa como tem sido Home Office e EAD, que cresceram com o isolamento social. O atendimento remoto decerto continuará a ser usado, o que não quer dizer que será abolido o atendimento presencial. Dependendo da patologia, das facilidades/dificuldades de acesso virtual, ou dos resultados, será mais ou menos utilizada. Só não pode ser desconsiderada em um país de dimensões continentais com o Brasil.

Sobre Lúcio Lage.

Engenheiro, pós-graduação em Administração Pública (EBAP/FGV), em Tecnologia Educacional (U.Católica de Petrópolis), em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial (PUC -Paraná) , Mestrado em Administração (UNIEURO), Doutorando em Saúde Mental (IPUB/UFRJ), linha de pesquisa Dependência Digital. Pesquisador do Laboratório Delete - Uso Consciente de Tecnologi@s (IPUB/UFRJ) . Professor de cursos de MBA de 2000 a 2010. Orientador acadêmico. Escritor dos livros "Gestão de Mudanças na teoria e na prática" (2014), "Mudanças Organizacionais no Brasil" (2015), "Dependência Digital" (2017) e "Convivendo bem com a Dependência Digital" (2018). Co-organizador e co-autor do livro “Novos Humanos 2030: Como será a humanidade em 2030 convivendo com as tecnologias digitais?”(2019). Mais recente lançamento: A vida após o novo coronavírus: Novos Comportamentos (30/junho/2020).

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