Uma Análise Sobre Fundos Imobiliários
De fato, o investimento direto em imóveis é seguro e
pode ter bons rendimentos, porém precisamos destacar
alguns pontos como: o alto custo, o processo burocrático de aquisição, os gastos com a manutenção e baixa liquidez. A boa notícia é que há uma forma de amenizar essas questões, os FIIs
(Fundos deInvestimento Imobiliários), que consistem em um grupo de pessoas reunidas com o objetivo de aplicar recursos em diferentes ativos imobiliários (shoppings centers, edifícios comerciais, galpões logísticos, hospitais, por exemplo).
As vantagens de adquirir os fundos imobiliários são inúmeras, mas podemos destacar a liquidez que é maior em relação a de imóveis - quem possui um imóvel próprio e precisa vender, pode ter dificuldade para encontrar um comprador e caso encontre, pode acontecer de precisar vender por um preço mais baixo. Já com os FIIs, é possível comercializar mais rápido apenas com alguns cliques e algumas cotas que totalizam o valor que necessita capitalizar.
É importante ressaltar que, mesmo com a alta liquidez, surge a ansiedade nos investidores iniciantes, visto que diariamente o valor destes fundos são marcados pela última negociação executada. Isso não acontece com um imóvel convencional, onde o máximo que pode acontecer é descobrir o valor que o seu vizinho vendeu o imóvel dele há alguns meses. O FII, por ser negociado em bolsa tem negociação e fixação de preço diária.
Também podemos destacar o fracionamento, como os fundos imobiliários são cotas, logo os investidores podem adquirir pequenas partes de um ou mais imóveis, por valores menores.
Outra vantagem é a isenção do IR (Imposto de Renda), investidores dos FIIs, que não possuem uma participação maior do que 10% em determinado fundo, são isentos de pagar o IR sob os rendimentos mensais. Além disso, a administração dos Fundos de Investimento Imobiliários fica sempre a cargo de um gestor profissional, responsável por decidir em quais imóveis terão os investimentos dos recursos daquele fundo, de acordo com as políticas de investimentos apresentadas para o mercado no momento da abertura.
Um ponto relevante a enfatizar é a qualidade dos imóveis aos quais é possível ter acesso via FIIs. Grandes empreendimentos que possuem como locatários grandes empresas (onde inclusive o risco de calote no aluguel é bem menor) era algo restrito às grandes incorporadoras imobiliárias, e as pessoas físicas sempre ficaram mais restritas a imóveis residenciais ou de menor porte. Por meio dos FIIs isso mudou e qualquer pessoa pode ter uma fração de empreendimentos imobiliários de nível alto em localizações nobres, como os prédios comerciais da Faria Lima, por exemplo.
No Brasil, os Fundos Imobiliários se dividem em cinco, sendo: fundos de renda ( com objetivo de alugar), fundos de compra e venda ( principal objetivo é obter lucro com a compra e venda), Fundos de Desenvolvimento ( imóveis construídos com a finalidade de obter lucro por meio da venda dos empreendimentos), Fundos de Recebíveis Imobiliários (investimento em Certificados de Recebíveis Imobiliários, emitidos por empresas securitizadoras com intuito de financiar empreendimentos), e Fundos de Fundos (os investimentos são concentrados em outros fundos imobiliários pela compra de cotas.
Por fim, como qualquer investimento, é preciso ficar atento para evitar surpresas. Antes de tudo, analise e pesquise os documentos relacionados ao Fundo, os possíveis gastos que possa vir a ter, busque auxílio de um especialista, converse com outros investidores, e claro, observe o cenário da praça em que estão inseridos, entenda o perfil dos inquilinos, conheça o gestor e o tipo de gestão praticada e por fim, procure saber quais as dinâmicas do mercado imobiliário.Fernanda Della Mônica- Sócia e Head Comercial da 3ª Investimentos.
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