Arquitetura de baixo impacto ambiental: técnicas, materiais e aplicações
Soluções sustentáveis vêm sendo aplicadas em edifícios corporativos, residenciais e institucionais
A arquitetura sustentável é uma vertente da construção civil que busca reduzir os impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida das edificações: do projeto à escolha dos materiais, até o uso, manutenção e eventual descarte. "O objetivo é criar espaços ecologicamente corretos, economicamente viáveis e socialmente responsáveis, preservando os recursos naturais e promovendo qualidade de vida", considera a arquiteta Dorys Daher, que comanda um concorrido escritório em Ipanema, no Rio de Janeiro (o DG Arquitetura - www.dgarquitetura.com.br).
São várias as técnicas e princípios da arquitetura sustentável: a eficiência energética é uma delas, já que recomenda o uso de painéis solares fotovoltaicos e sistemas de aquecimento solar de água, além do aproveitamento da iluminação e ventilação naturais. Isso faz com que se reduza o consumo de energia artificial; a instalação de vidros duplos, brises e coberturas verdes favorecem o controle térmico.
A gestão da água, com a captação e reuso da água da chuva; sistemas de irrigação automatizados e de baixo consumo; e a instalação de torneiras e descargas com dispositivos economizadores, são pontos a considerar nos projetos. Igualmente o uso racional dos materiais, valorizando ofertas locais, reciclados e recicláveis, reduzindo transporte e emissões de CO₂. "Estruturas modulares e sistemas construtivos industrializados, que geram menos resíduos, como o uso de técnicas como tijolos ecológicos, paredes de taipa de pilão e concreto permeável", são importantes decisões conforme a arquiteta.
Finalmente, o conforto térmico e acústico natural deve ser levado em consideração. "Projetos que consideram a orientação solar, a ventilação cruzada e o sombreamento natural, assim como a utilização de coberturas vegetais (telhados verdes), que reduzem o calor e melhoram o isolamento acústico", são recomendados, diz Dorys.
Entre os materiais sustentáveis são considerados a madeira de reflorestamento e engenheirada (usada em pisos, forros, fachadas e mobiliário); tijolos ecológicos (feitos a partir de resíduos e sem queima, utilizados em alvenarias e muros); concreto reciclado e cimento verde: vidros inteligentes (para controle da entrada de calor e luz, otimizando a eficiência energética); e tintas ecológicas (produzidas à base de água, sem solventes e com baixa emissão de compostos voláteis).
"Essas soluções vêm sendo aplicadas em edifícios corporativos, residenciais e institucionais - desde escolas e hospitais até hotéis e habitações populares - em países como Brasil, Alemanha, Japão e Escandinávia, que lideram o uso de tecnologias verdes", explica a arquiteta.
Dorys Daher acrescenta que o bambu é um dos materiais mais promissores da bioarquitetura contemporânea. "Considerado o 'aço vegetal', ele possui alta resistência mecânica, é leve, flexível e se regenera rapidamente, podendo ser colhido em apenas três ou cinco anos. Além disso, o bambu "sequestra" grandes quantidades de carbono durante seu crescimento, ajudando a reduzir gases de efeito estufa", pontua.
O bambu é usado em estruturas de coberturas, pérgolas e fachadas; revestimentos e divisórias internas, além de mobiliário e elementos decorativos. O material é amplamente utilizado em países da Ásia e América Latina, e tem ganhado destaque no Brasil, especialmente em projetos ecológicos e em resorts sustentáveis.
A sustentabilidade também se estende ao design de interiores, com móveis que seguem princípios de durabilidade, reaproveitamento e baixo impacto ambiental. Tem sido comum o uso de madeira certificada (FSC) ou de demolição; estruturas em bambu, MDF reciclado ou materiais reaproveitados (como paletes e tambores); no design modular e multifuncional, reduzindo a necessidade de consumo excessivo, e ainda em acabamentos naturais, como óleos vegetais e vernizes à base de água.
Nesse sentido, marcas e designers brasileiros têm se destacado nesse campo, criando móveis que unem estética, funcionalidade e consciência ambiental, sem abrir mão da elegância e do conforto.
"A arquitetura sustentável representa um caminho inevitável e necessário para o futuro das cidades. Suas técnicas e materiais não apenas reduzem impactos ambientais, mas também inspiram novas formas de habitar — mais harmônicas, eficientes e integradas à natureza. O bambu, os materiais reciclados e os móveis sustentáveis são símbolos dessa nova era da arquitetura: mais leve, inteligente e comprometida com o planeta. Nós profissionais devemos ficar atentos às especificações, procurando empresas e fornecedores que presem pela preservação do nosso planeta", ressalta a arquiteta Dorys.
Divulgação
Estudo para residência, seguindo padrões da arquitetura sustentável
Divulgação
Dorys Daher: "Caminho inevitável e necessário para o futuro das cidades"
São várias as técnicas e princípios da arquitetura sustentável: a eficiência energética é uma delas, já que recomenda o uso de painéis solares fotovoltaicos e sistemas de aquecimento solar de água, além do aproveitamento da iluminação e ventilação naturais. Isso faz com que se reduza o consumo de energia artificial; a instalação de vidros duplos, brises e coberturas verdes favorecem o controle térmico.
A gestão da água, com a captação e reuso da água da chuva; sistemas de irrigação automatizados e de baixo consumo; e a instalação de torneiras e descargas com dispositivos economizadores, são pontos a considerar nos projetos. Igualmente o uso racional dos materiais, valorizando ofertas locais, reciclados e recicláveis, reduzindo transporte e emissões de CO₂. "Estruturas modulares e sistemas construtivos industrializados, que geram menos resíduos, como o uso de técnicas como tijolos ecológicos, paredes de taipa de pilão e concreto permeável", são importantes decisões conforme a arquiteta.
Finalmente, o conforto térmico e acústico natural deve ser levado em consideração. "Projetos que consideram a orientação solar, a ventilação cruzada e o sombreamento natural, assim como a utilização de coberturas vegetais (telhados verdes), que reduzem o calor e melhoram o isolamento acústico", são recomendados, diz Dorys.
Entre os materiais sustentáveis são considerados a madeira de reflorestamento e engenheirada (usada em pisos, forros, fachadas e mobiliário); tijolos ecológicos (feitos a partir de resíduos e sem queima, utilizados em alvenarias e muros); concreto reciclado e cimento verde: vidros inteligentes (para controle da entrada de calor e luz, otimizando a eficiência energética); e tintas ecológicas (produzidas à base de água, sem solventes e com baixa emissão de compostos voláteis).
"Essas soluções vêm sendo aplicadas em edifícios corporativos, residenciais e institucionais - desde escolas e hospitais até hotéis e habitações populares - em países como Brasil, Alemanha, Japão e Escandinávia, que lideram o uso de tecnologias verdes", explica a arquiteta.
Dorys Daher acrescenta que o bambu é um dos materiais mais promissores da bioarquitetura contemporânea. "Considerado o 'aço vegetal', ele possui alta resistência mecânica, é leve, flexível e se regenera rapidamente, podendo ser colhido em apenas três ou cinco anos. Além disso, o bambu "sequestra" grandes quantidades de carbono durante seu crescimento, ajudando a reduzir gases de efeito estufa", pontua.
O bambu é usado em estruturas de coberturas, pérgolas e fachadas; revestimentos e divisórias internas, além de mobiliário e elementos decorativos. O material é amplamente utilizado em países da Ásia e América Latina, e tem ganhado destaque no Brasil, especialmente em projetos ecológicos e em resorts sustentáveis.
A sustentabilidade também se estende ao design de interiores, com móveis que seguem princípios de durabilidade, reaproveitamento e baixo impacto ambiental. Tem sido comum o uso de madeira certificada (FSC) ou de demolição; estruturas em bambu, MDF reciclado ou materiais reaproveitados (como paletes e tambores); no design modular e multifuncional, reduzindo a necessidade de consumo excessivo, e ainda em acabamentos naturais, como óleos vegetais e vernizes à base de água.
Nesse sentido, marcas e designers brasileiros têm se destacado nesse campo, criando móveis que unem estética, funcionalidade e consciência ambiental, sem abrir mão da elegância e do conforto.
"A arquitetura sustentável representa um caminho inevitável e necessário para o futuro das cidades. Suas técnicas e materiais não apenas reduzem impactos ambientais, mas também inspiram novas formas de habitar — mais harmônicas, eficientes e integradas à natureza. O bambu, os materiais reciclados e os móveis sustentáveis são símbolos dessa nova era da arquitetura: mais leve, inteligente e comprometida com o planeta. Nós profissionais devemos ficar atentos às especificações, procurando empresas e fornecedores que presem pela preservação do nosso planeta", ressalta a arquiteta Dorys.
Divulgação
Estudo para residência, seguindo padrões da arquitetura sustentável
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Dorys Daher: "Caminho inevitável e necessário para o futuro das cidades"
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