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05 dezembro, 2025

Ana Paula Leão conduz audiência que reforça a pressão por medidas imediatas para o leite brasileiro

 Ana Paula Leão conduz audiência que reforça a pressão por medidas imediatas para o leite brasileiro


Encontro reuniu autoridades federais, representantes de entidades do setor e produtores de vários estados







Com presença expressiva de parlamentares, lideranças e produtores, o Anexo 2 da Câmara dos Deputados foi o cenário, nesta quarta-feira (3), de uma audiência pública promovida pela presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL), deputada federal Ana Paula Leão. A reunião, prevista no Requerimento nº 234/2025, tratou dos severos impactos da Circular Secex nº 62/2025, de agosto deste ano, que redefiniu o processo investigativo sobre dumping nas importações de leite em pó do Mercosul, provocando forte reação do setor.

 

Logo na abertura, Ana Paula reforçou a urgência do tema e cobrou providências efetivas para proteger o produtor brasileiro. “A decisão de terça é sim um avanço. Agora, precisamos avançar. Os produtores, nós produtores de leite, precisamos de um socorro emergencial. Agora, precisamos da publicação da recomendação de tarifas antidumping provisórias”, afirmou.

 

A retomada da investigação antidumping foi anunciada na terça-feira (2) após reunião com o vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, acompanhado do ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. Apesar do avanço, a deputada alertou que ainda não há decisão efetiva voltada à contenção das importações e nem reconhecimento, por parte do governo, da prática de dumping.

 

O debate ocorreu em meio ao acúmulo de 7,8 bilhões de litros equivalentes de leite importado nos últimos quatro anos, número superior à captação anual de Minas Gerais, maior produtor do país. O setor enfrenta ainda sucessivos recordes de entrada do produto e, somente até setembro deste ano, o Brasil internalizou 1,6 bilhão de litros, agravando a queda no preço pago ao produtor e colocando famílias rurais no limite da sobrevivência.

 

Nesse contexto, o coordenador da Câmara do Leite do Sistema OCB e presidente da CCPR, Marcelo Candiotto, descreveu a gravidade da situação enfrentada pelo campo. “Nós chegamos no fundo do poço, nós nunca vivemos uma situação igual à que nós estamos vivendo. O produtor não aguenta mais. O preço médio da cooperativa foi de R$ 2,20, e o menor preço pago ao produtor foi de R$ 1,45. A média de importação de leite em 2025 foi de 4,5 milhões de litros de leite por dia. Em outubro de 2025, foram importados 7 milhões de litros por dia. Para vocês terem uma ideia, 7 milhões e meio de litros por dia significam três vezes a empresa Itambé, que é a maior empresa de Minas Gerais em captação de leite", disse.

 

Para o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, a gravidade do cenário exige respostas claras do governo. “A gente tem o poder de investigação para buscar soluções e, principalmente, explicações. Explicações de por que há cartel, por que existe combinação de preços, por que o produtor não consegue escapar de um laticínio ou de outro, já que alguns se recusam a pagar um preço justo. É preciso cessar essas importações. Não há mercado que consiga competir com isso. A maioria absoluta dos produtores do Brasil inteiro é da agricultura familiar. E este governo, que se diz o grande defensor dos pequenos e o grande defensor da agricultura, deixa justamente essas pessoas que estão precisando da mão estendida do Estado, da mão forte do governo e do apoio mínimo para garantir qualquer produção de subsistência sem resposta”.

 

Em sua participação, Vanderley Ziger, secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA, destacou a necessidade de medidas adicionais e estruturantes. "E eu concordo com a deputada que devem ter outras medidas além dessa, porque nós estamos falando aqui de um conjunto de ações que certamente são importantes a serem tomadas, independentemente da discussão partidária ou de governo. Temos também, na pauta, a discussão do preço mínimo do leite, mas eu queria ir além disso. Eu acredito que a gente pode, nesse momento, discutir aqui no Parlamento, quem sabe, criarmos um fundo nacional do produtor de leite, assim como existe o Funcafé. Para passar por essa crise, nós precisamos de políticas estruturantes, políticas que permaneçam, para atender e dar segurança aos produtores".

 

O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, também reforçou a necessidade de medidas estruturais. “Nós temos que dar a solução emergencial porque nós, produtores de leite, cooperativas, não estão aguentando mais. Nós temos que resolver também medidas estruturantes para melhorar a nossa cadeia do leite para que em 2026, 2027 e 2028 vocês não tenham que sair das suas casas e vir aqui debater de novo mais uma crise no setor".


 




Ronei Volp, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, fez questão de reconhecer o trabalho da deputada. “Eu quero cumprimentar a nossa querida presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, que tem trabalhado incessantemente pela causa, nos dando o maior apoio e incentivo para continuarmos".

 

Da mesma forma, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Domício Arruda, elogiou a atuação de Ana Paula e defendeu que a pauta seja tratada como prioridade nacional. “Quero parabenizar a deputada Ana Paula por tudo que ela tem feito pelos produtores de leite do nosso país. Gostaria que cada estado de todo o Brasil tivesse uma deputada como a senhora, defensora dos produtores de leite deste país. Os 1 milhão e duzentos mil produtores deste país têm muito mais importância social do que econômica. Tratem a causa do leite deste país como causa social, econômica, mas, sobretudo, como causa de Estado, para que a gente não deixe esses produtores saírem da atividade e não passem o que estão passando hoje".

 

A diretora do Departamento de Negociações e Análises Comerciais do MAPA, Ana Lúcia Oliveira Gomes, também destacou o trabalho da parlamentar. “A senhora é uma ótima deputada e eu como mulher me sinto bem representada nessa Casa com a sua seriedade e comprometimento com as suas pautas, em especial com a do leite. Porque eu sou testemunha que a senhora está presente e batalha pelos produtores. Eu coloco o Ministério, suas mais diferentes áreas e todo o setor de toda a Câmara dos Deputados pra ouvir, pra debater e pra contribuir com propostas consistentes para o produtor de leite".

 

Jonadan Ma, presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da FAEMG e vice-presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da CNA, reforçou a mobilização do setor. “Vamos mostrar a importância da nossa mobilização contínua, seja na nossa base, seja junto às instituições, seja junto aos deputados, parlamentares, junto aos ministros, junto ao governo, para que essas medidas sejam efetivamente implantadas. Precisamos que essas medidas sejam adotadas ainda este ano. Nós temos que trabalhar, o produtor não aguenta mais esperar, está no seu limite de sobrevivência. Só assim a gente vê uma luz no fim do túnel, caminhando para recuperarmos nossa competitividade, a nossa honra de cultivar e de produzir leite no Brasil!”.

 

A audiência também contou com a participação presencial e virtual de representantes de cooperativas, federações, sindicatos de laticínios de vários estados, dirigentes do MAPA e do MDIC, além de técnicos, secretarias municipais e estaduais do setor e lideranças de movimentos organizados. Outros deputados também acompanharam o debate, ampliando a representatividade da discussão e reforçando o caráter nacional da mobilização em defesa da cadeia produtiva do leite.


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Livia Rosa Santana, tem formação em Turismo e Hotelaria, Culinária,Confeitaria, Teatro ( Atriz, Roteirista e Produtora), Jornalismo pela Faculdade Esamc, Locução de Rádio e Coach. . Trabalhou como Produtora e Coordenadora na cidade de Uberlândia (MG), representando o Iacan-Instituto de Artes e Cultura Alvaro Neto,. A empresa contem trabalhos reconhecidos em todo território nacional. Atualmente atua no jornalismo como CEO dos 35 portais e 5 revistas que é editora-chefe, trabalhou como assessora de imprensa de um agência de modelos, trabalhou como editora-chefe e assessora de imprensa da Revista CBTUR VIP, trabalhou na parte comercial do Jornal do Estado do Rio e Niterói News. Trabalha atualmente na sua empresa Topssimo Assessoria e assessora artistas famosos e empresas. Escreve para vários veículos de comunicação.

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