A delicada relação entre o arquiteto e o cliente - Final
Arquiteta Dorys Daher escreveu livro sobre sonhos e expectativas dos clientes
Construir ou transformar espaços, muitas vezes realizando um sonho antigo de bem-estar, faz com que nos tornemos mais felizes. Mas é preciso calma, planejamento e a confiança em bons profissionais. Em seu livro "Cimento, Batom e Pérolas" (Editora 7Letras), lançado em 2007 - reproduzido em mais duas edições, revistas e ampliadas, diante do sucesso alcançado - a arquiteta Dorys Daher trata dessa e outras tantas questões com clientes.
Com quatro décadas de experiência, Dorys comanda o Escritório DG Arquitetura (www.dgarquitetura.com.br), em Ipanema, no Rio de Janeiro. Em tanto tempo de atuação no mercado, reuniu situações práticas - às vezes, curiosas e bem-humoradas - dessa relação profissional/cliente.
No livro, com um texto leve Dorys Daher apresenta diversas histórias divertidas em torno do universo de quem trabalha com arquitetura, construção e decoração. Por exemplo: os sonhos e expectativas dos clientes para suas casas, como se vestir adequadamente para cumprir uma agenda que envolve, às vezes num pequeno intervalo, a visita a uma obra e um almoço chique de negócios.
"Quando temos um espaço transformado, é como se você organizasse a sua vida, seu tempo ficasse melhor aproveitado, porque tudo agora está bom, o cliente está feliz, tem seus locais organizados como pretendia. Assim, o transtorno que uma obra causa, porque gastou com ela e todos reclamam da bagunça que fica a casa, mesmo que seja uma obra nova, porque as finanças aumentaram e tudo mais... Depois que tudo passa, o cliente esquece pelo sucesso de projeto, de todo aquele estresse", comenta a arquiteta.
Em um dos capítulos do livro, a profissional fala do que chamou de "Arte do silêncio". "Na entrevista com o possível futuro cliente, é uma observação que eu sempre tive e ainda tenho", explica. "Muitas vezes saímos da entrevista acreditando que tudo correu bem, foi maravilhoso, que vamos pegar o projeto, vai ser um sucesso, e a pessoa nunca mais te liga, porque não gostou do profissional. E também acontece exatamente o contrário: você sai arrasado, a entrevista foi ruim e, de repente, o cliente te liga já no dia seguinte, confirmando o projeto. Chega a ser engraçado. Uma palavrinha pode ser um deslize, ao mesmo tempo que, se não for dita, o cliente pode te achar calado demais..."
Durante a obra, os arquitetos costumam lidar com imprevistos e, no final, tudo deve estar resolvido. "Com calma podemos resolver, solucionar tudo; mas é preciso ter paciência e saber como falar com o cliente, de forma profissional, respeitosa, para que tudo fique claro entre as partes", ensina.
Ja no capítulo "Com que roupa eu vou?", Dorys Daher trata com bom humor as aparências de uma e outra parte. "Já ouvi comentários do tipo 'você veio tão arrumada para a entrevista, que eu acho que não vou ter dinheiro para te pagar'; e se for vestida bem básica, pode criar a impressão de que não vai saber projetar. Então é preciso ter bom gosto, sem extremos", finaliza a arquiteta.
Divulgação
Livro de Dorys Daher traz observações críticas, práticas e bem-humoradas, reunidas em 40 anos de carreira
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