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16 setembro, 2020

Com Mais Tempo Em Casa, Brasileiros Resgatam O Hábito De Comer A Mesa

Reunir a família para refeições produz benefícios na saúde nutricional e emocional. Estudos mostram que os efeitos nas crianças incluem melhora no desempenho escolar e no desenvolvimento psico-social


(Fabi Calvo-Master em etiqueta e boas maneiras)


A tradição de fazer as refeições juntos é milenar, perdeu força, mas com as pessoas mais tempo em casa vem apresentando um resgate precioso nos lares. Antigamente, todos sentavam à mesa para fazer as refeições, mastigar bem a comida que era feita em casa - comida de verdade - e desfrutavam da companhia umas das outras entres discussões e boas risadas.

Com a chegada dos “fast-foods” as comidas rápidas, somada a tecnologia, esse hábito, infelizmente foi perdendo o espaço no cotidiano da maioria das pessoas. Hoje, só no Brasil, segundo pesquisas feitas e divulgadas no Guia Alimentar para a população brasileira, mais de 50% dos nossos jovens comem em frente à televisão. As refeições viraram uma pausa rápida, perdendo a essência do ritual. Uma triste realidade que traz uma série de consequências... Definitivamente esse “engolir e sair” não é um estilo de vida saudável.

Pesquisas na área de psicologia e nutrição apontam que ao fazer refeições em
locais apropriados, se diminui as chances de desenvolver distúrbios alimentares. Quando montamos uma mesa posta, por mais simples que seja, apenas com propósito de servir a refeição, muitas coisas mais acontecem. Costumo dizer que é a mágica da Mesa posta!

O ato de comer é um ritual cerimonial e nele preparamos o local, a vestimenta e instrumentos, por mais informal e simples que seja.

Crianças que são ensinadas a comer à mesa apresentam melhores desempenhos na vida escolar e desenvolvimento psico-social mais saudável

Esse ritual de preparar a comida, preparar a mesa e sentar todos juntos, fortalece os laços familiares e isso traz uma diferença absurda na vida das pessoas de todas as idades, em especial, das nossas crianças. Elas crescem confiantes em si mesmas e na família. Os laços afetivos são eternos e essas memórias fortalecem o adulto com todos esses valores enraizados. O ser humano se expande e se fortalece, criando uma conexão real entre os familiares e isso não tem preço que pague.

A comida conforta e a palavra conforto significa "aliviar a dor, fazer alguém mais forte".  Na mesa, é onde construímos lembranças douradas e nos fortalecemos como seres humanos.
É como dizia Samuel Pepys " É estranho como uma boa refeição reconcilia a todos”.

Muitos estudos sérios feitos em várias partes do mundo, como por exemplo, na Columbia University, nos EUA, concluíram depois de mais uma década de colhimento de dados, que os adolescentes que fazem refeições familiares têm três vezes mais probabilidade de dizer que possuem um excelente relacionamento com ambos os pais. Além disso, são duas vezes maiores os relatos de que os seus pais são muitos bons em ouvi-los.

O legal é que os próprios adolescentes conseguem entender o valor da refeição familiar. 7 em cada 10 adolescentes concordam que jantar com os pais é importante e 60% deles relatam que gostariam de fazer as refeições juntos com mais frequência. Três, de cada quatro adolescentes, relatam que conversam com os pais sobre o que está se passando em suas vidas, durante o jantar em família. E oito, em cada dez pais, concordam que, fazendo as refeições juntos ficam sabendo muito mais da vida de seus adolescentes.

Os pesquisadores de Harvard concluíram que as crianças que comem diariamente com os pais, consomem mais frutas e verduras, além disso, ingerem menos frituras e refrigerantes do que aquelas que raramente compartilham as refeições em família. Adquirir bons hábitos alimentares na infância é fundamental para formar adultos mais saudáveis.

Além disso, inúmeras pesquisas mostram que quanto mais a família faz refeições reunida, menos probabilidade as crianças têm de fumar, beber e utilizar drogas ilícitas. O efeito de cultivar o hábito da mesa posta em família também reduz as chances de depressão e de desenvolver distúrbios alimentares. Dois outros indicadores bastante significativos também apontaram redução frente a construção do hábito de sentar à mesa: as taxas de obesidade infantil e as chances de cometer suicídio

Etiqueta e alfabetização se sentam à mesa juntas

Se engana quem pensa que ensinar as regras básicas de etiqueta para as crianças traz benefícios apenas para o seu desenvolvimento social e convívio. Além de aprenderem a  usar os talheres, à mesa os pequenos aprendem novas palavras. Uma das consequências? Vão melhor na escola, sentem-se mais amados pelos pais, e apresentam um adiamento do início da vida sexual quando crescem.

A mesa une, cria laços e memórias afetivas além de promover cura emocional e conforto.  Assim, acredito que ela consegue realmente fortalecer as pessoas! Comer juntos é viver melhor! Comer juntos é ter qualidade de vida! Comer juntos é fornecer bons pilares para as nossas crianças! Comer juntos é um estilo de vida!


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